quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Com a palavra, o presidente.

Hoje estou aqui para falar a todos sobre algo que foi muito difícil para mim admitir. EU SOU UM DOBRADOR COMPULSIVO!
Foi graças aos meus amigos, que pude perceber isso, depois de muitos anos sem assumir esse meu lado incontrolável.
Tudo começou quando com uma brincadeira inocente, minha mãe me ensinou a dobrar barquinhos que também se transformava em um chapéu de soldado. Todos os jornais eram dobrados, principalmente as de folhas duplas. Com o passar do tempo comecei a dobrar outras coisas, folhas de revistas, papel de caderno, papel de presente e aos poucos foi piorando.
Aprendi a fazer origamis modulares, a partir daí começa o meu descontrole, não havia papel suficiente para meus módulos. Na faculdade quando saia da aula sempre tinha aquele pessoal distribuindo panfletos, eu pegava muito, até mesmo catava os que estavam no chão e no lixo. Sim, já peguei papel no lixo, tamanha a necessidade de ter papéis para dobrar.
Na faculdade éramos um grupo que sempre que aprendíamos um novo origami, ensinávamos aos outros. Teve um casal de namorados que até discutia muito por causa desta nossa atividade, ela dizia que seu namorado já estava pegando mais no papel que nela. Para mim, estas coisas soava somente como um ciúmes normal (de papel?!).
Tínhamos profunda adoração com os papéis de festas Rave, eram grandes e coloridos. Aprendemos a fazer caixinhas, o desafio era dobrar de tal forma que as cores ficassem intercaladas e as figuras homogêneas. Me lembro da inveja que tive de meu colega, ele conseguiu montar uma caixa de tal forma que a foto aprecia na tampa e quando colocava na caixa, o restante da imagem aprecia na parte de baixo. Deixei de falar com este colega.
Na sala de aula, eu era referência para meus colegas, eles classificavam as aulas de acordo com as minhas dobras:
- Aula ótima: eu estava sem dobrar nada.
- Aula regular: eu estava olhando para o professor e dobrando meus módulos.
- Aula péssima: eu estava montando o origami. Nesta hora, os meus colegas nem entravam na aula.
Descobri vagando pela internet, um gupo de origamistas e me aliei a estes, nos encontramos de 15 em 15 dias, lá encontei vários como eu, viciados em dobras. No primeiro dia saimos do encontro, eu e mais três dobradores, e fomos para um bar. Lá, percebi o quão sociais nós somos, ninguém falava direito, cada um dobrando o seu papel, teve até quem tentou dobrar o porta copos.
Cheguei no fundo do posso na época das eleições. Como era grande o meu desespero, para encontrar vários “santinhos” do mesmo político, para que o resultado final não desantoasse nas cores. O pior de tudo era que os malditos santinhos eram todos retangulares, tive muito trabalho para cortar cada um. Até mesmo os bancos não me escapavam, pegava os folders do Branco do Brasil para fazer tornillo, do itaú para fazer kusudamas, entre outros.
Foi com muito custo, com ajuda de amigos e familiares que resolvi fundar este grupo o DO.C.A (Dobradores Compulsivos Assumidos), espero que muitos outros, que comovidos pela minha história possam se unir a este grupo, relatando sua histórias no intuito de ajudar outros dobradores como eu.
Aos poucos estou me controlando, e hoje eu posso dizer, já fazem 4 dias que não dobro nem papel higiênico!

MML


"Lembrado a todos, que este blog é apenas uma brincadeira. Não queremos denigrir os grupos sérios que ajudam a muitos. Como os Aas, Nas entre outros."

Um comentário:

Sabrina Mieko disse...

Eu pensava que era a única maluca que ficava catando milhares de papéis e postais publicitários iguais pra fazer caixinhas, hehehe... Bom saber que não estamos sós! :-D
Me identifiquei muitooooo com a parte das aulas, ainda mais eu que tenho uma dificuldade imensa de manter a atenção. Era dobrar ou dormir, kkkkk
Abraços